O que querem os estudantes que ocupam 68 escolas no Rio de Janeiro
Rafael Nardini - HuffPost Brasil - quarta-feira, 20 de abril
de 2016
O Colégio Estadual Prefeito Mendes de Moraes, na Ilha do
Governador, Rio de Janeiro, foi o primeiro a ser ocupado. Daquele 21 de março
para cá, o número subiu bastante. Segundo a Assembleia Nacional dos Estudantes
Livres (Anel), já são 68 escolas ocupadas em 23 cidades fluminenses.
A inspiração é clara: o movimento iniciado nas escolas de
São Paulo para barrar a reorganização escolar proposta pelo governo Geraldo
Alckmin (PSDB), que fecharia 94 colégios paulistas e acabaria com a
transferência de cerca de 311 mil estudantes.
As bandeiras são também bastante parecidas:
Os pedidos principais são por melhorias na estrutura das
escolas e da qualidade do ensino. Falta de acesso aos laboratórios, de livros
didáticos e bibliotecas que não existem ou não funcionam. Mas também reclamam
de banheiros, bebedouros, cadeiras, mesas, salas de aula e até de bebedouros.
As reclamações e os pedidos tomam as redes sociais.
Segundo o G1, outro problema que os alunos pedem solução é o
transporte: a demora na emissão do RioCard (passe livre para os estudantes) e,
por vezes, o impedimento de embarcar nos ônibus, mesmo de usando uniforme e
comprovante de matrícula.
Os alunos, que passaram a realizar eles mesmos alguns dos
serviços necessários às escolas, como pintura e pequenas manutenções, precisam
de doações, como água mineral, material de higiene e alimentos. E eles apoiam
os cerca de 20 mil professores que estão em greve desde o dia 2 de março.
A mudança foi tomada após 50 dias de greve na rede pública
estadual e com o saldo68 escolas ocupadas pelos alunos. Com a antecipação das
férias, os estudantes vão ter aulas durante as olimpíadas.
Como seus alunos, os professores também têm muito a reclamar
do governo Luiz Fernando Pezão (PMDB-RJ).
Ao El País, o coordenador do Sindicato Estadual dos
Profissionais da Educação do Rio de Janeiro, Marcelo Santana, afirma que um
professor, com 16 horas semanais de carga horária, ganha por R$ 2,3 mil por mês
líquidos. Os ganhos sobem para R$ 4,6 mil se acumular 40 horas por semana. Em
assembleia nesta terça-feira, os professores deciram manter os braços cruzados.
Comentários
Postar um comentário