FAVELA AMARELA
Parece que o poder público finalmente resolveu olhar para as favelas que há muito pouco tempo estavam, e muitas ainda estão, nas mãos dos traficantes, provocando uma verdadeira guerra civil no Rio de Janeiro, trazendo pânico para os moradores do morro e do entorno. Hoje o que vemos são militares trazendo finalmente a paz para as Comunidades através das UPPs - Unidades Pacificadoras. O PAC criando emprego, construindo praças, apartamentos, colégios, áreas de lazer e até teleféricos. Agora, até pintando as casas no morro Dona Marta, comandados por dois artistas holandeses em colaboração dos governos estadual e municipal e das tintas Coral. Na Vila Cruzeiro pintaram peixes gigantes e um menino soltando pipa. Que bom, que isto está acontecendo. O Rio vai ficar mais lindo! É bom lembrar que tudo está sendo feito pelos próprios moradores do local, remunerados. Hoje quem dá emprego é o Estado, não os traficantes. Muita gente acha que o melhor seria remover as pessoas das favelas colocando em casas e apartamentos. Onde? Creio que o melhor é o que está sendo feito, porque o Cidadão fica no seu habitat, onde vive há muitos anos e conhece tudo. Tirar prá que? Outros virão e novas favelas serão erguidas. Agora, temos que parar onde está. O governo precisa impedir o seu crescimento.
FAVELA AMARELA, o título é em homenagem a um samba de carnaval dos anos 50/60, gravado por Aracy Costa. Não tem muito a ver com o que está acontecendo hoje, a não ser a pintura dos barracos, mas hoje ela vem acrescida de outros benefícios. Aí vai a letra!! Quem sabe relembra, esse que foi um grande sucesso da época. Era uma crítica às pinturas das favelas:
FAVELA AMARELA
IRONIA DA VIDA
PINTEM A FAVELA
FAÇAM AQUARELA
DA MISÉRIA COLORIDA
VAMOS TER NO MELHORAMENTO
A DOR COMO TEMA DE ORNAMENTO
PROCURE COMPREENDER SEU DOUTOR
A FELICIDADE NÃO TEM COR
NÃO TEM NÃO SENHOR
Tomara mesmo que esta iniciativa, do "asfalto subir à favela", seja levada adiante e possa ser eficaz. É preciso levar saúde, educação e esporte aos morros. Fortalecer as associações dos moradores nas diversas comunidades, permitindo com isto que eles tenham voz ativa e participação política efetiva nos processos de tomadas de decisão referentes às mudanças no seu próprio "território".
ResponderExcluirNão penso que seja algo fácil de se conseguir, substituir a violência pelo resgate à cidadania. Mas é imperativo tentar. A ideia das Unidades Pacificadoras é boa, vamos ver na prática se sua implementação se tornará viável em todas as comunidades cariocas, ou pelo menos, em boa parte delas, o que já é um grande avanço.
No mais, parabéns pelo blog pai, as matérias estão bem interessantes. Agora uma pergunta, você tá virando jornalista?heh...
Beijos, Stephan